segunda-feira, 18 de março de 2013

O rastilho?



"Os cipriotas e os estrangeiros residentes em Chipre foram surpreendidos no sábado pela aplicação de um imposto sobre os depósitos que atinge 9,9% nas quantias superiores a 100 mil euros e 6,75% nas restantes. A medida, decidida no âmbito do programa de ajuda europeia ao Chipre provocou uma corrida às caixas multibanco - por ser fim-de-semana - e, pior, abalou a confiança nas instituições europeias. O comissário europeu para os Assuntos Económicos, Olli Rehn, apressou-se a dizer que não existe o risco de se verificar uma situação semelhante em qualquer outro país da zona euro mas, com tantos avanços e recuos, poucos são os que ainda acreditam nas declarações dos políticos. Além do mais, esta medida é perigosa por lançar dúvidas sobre as contas bancárias e nem o argumento de que ou era aplicada ou dois dos principais bancos do país entravam em falência já na terça-feira está a convencer os europeus. Em Chipre, para que a medida seja aplicada é ainda necessário aprová-la no parlamento e o recém-eleito Presidente, Nicos Anastasiades, não parece ter o apoio necessário. A pressão alemã para a aplicação da medida é vista, a nível internacional, como mais um sinal de que a chanceler Angela Merkel continua a não perceber que o apoio aos países em dificuldades com condicionantes muito gravosas para as populações pode voltar-se contra a Alemanha. O fim do euro, a acontecer, será dramático para os países do Sul da Europa, mas também afectará Berlim que direcciona 42% das suas exportações para o espaço europeu. O mais caricato será se, depois de outras ameaças mais sérias, o euro acabar por cair por causa de Chipre e de cinco mil milhões de euros.


Imagem: daqui

2 comentários:

  1. Ai, Querida Ariel,
    só espero que com esta aberrante reedição do Confisco não tenhamos descoberto... a pólvora!

    Beijinho

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  2. Não tarda nada, Chipre passa-se para a influência da Rússia e, por arrastamento, poderá ir a Grécia. Estes líderes europeus devem ser fãs do Camilo Lourenço. Não pescam nada de História.

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