segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Óscares

Natalie Portman, Cisne Negro, um merecido óscar,  uma interpretação portentosa. Impecavelmente vestida, maquilhada e penteda.
Não sei se estava nomeada para alguma coisa, who cares,  Helen Mirror, é o charme, a classe e o bom gosto.
Colin  Firth, The King,  carregou o filme às costas.  Merecidissimo.

Melissa Leo, melhor atriz secundária,  The Figther . Mal vestida, mal penteada, sem graça e sem contenção verbal. Ainda não vi o filme.

Christian Bale, melhor actor secundário, The Figther. Demasiado barbudo pra meu gosto... aguardo para ver o filme.

Túmulos


"Lara Logan é uma respeitada jornalista da CBS. (...) Uma das razões pelas quais Lara Logan teve de provar o dobro ou o triplo tem a ver com a sua beleza. Logan é uma loira de olhos azuis, com traços perfeitos. Podia ter sido miss, ou modelo, ou a loira burra do costume. Resolveu ser jornalista e ficou viciada na adrenalina, sem conseguir escapar aos remoques sobre o seu corpo, diários numa profissão onde o machismo, de militares e jornalistas, é uma medalha de honra. O profissionalismo e os riscos no terreno conseguiram, ao cabo de anos, isentá-la do deboche sexual de piadas e trocadilhos. (...) No dia da queda de Mubarak, Lara Logan estava em Tahir com a equipa. (...) Na confusão da turba (essa turba "civilizada" de que os jornalistas tanto falam), Logan foi separada da equipa e levada para um lugar onde uma multidão, cerca de 200 pessoas, a espancou e violou repetidamente durante horas. Isto é o que dizem as notícias. A agressão foi continuada, demorada e cheias de pormenores de terror. A besta humana devorando a sua vítima. Homens em fúria, esfomeados de sexo, reprimidos por uma religião que transforma as mulheres um túmulos, atacando uma mulher bela e loira, jornalista e americana.
Lara Logan foi resgatada por um grupo de mulheres e por soldados egípcios.
(...)
A pacífica e civilizada revolução egípcia, que os jornalistas tanto gostam de descrever, teve também este momento que a ajuda a definir.
(...)
Esta turba anda à solta. E quando a poeira assentar, se assentar, o Egipto ouvirá falar dela. A violação de Lara Logan é um sinal, um entre muitos."

Clara Ferreira Alves , excertos de A violação de Lara Logan, revista Única.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Cleópatra

Elizabeth Taylor nasceu em Londres a  27 de Fevereiro 1932.

A mais bela Cleópatra do nosso tempo faz hoje 79 anos. 

Veja  aqui A extensa e conturbada biografia da actriz. 

Parabéns Liz.

Porque hoje é domigo



Com  Louvor aos sonhos de Jan Gabarek chegamos ao final de Fevereiro. Um excelente domingo para todos.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

"My Choice"

Com curaduria de Paula Rego "My Choice" é uma exposição a partir da escolha de obras de artistas britânicos da contemporaneidade detidos pelo British Council,  que decorre na Casa das Histórias Paula Rego em Cascais.
"Não escolhi imagens por causa do nome do artista ou por serem consideradas historicamente relevantes. Muitas vezes, não sabia quem as tinha feito. Algumas delas, já as vira antes, mas outras não. Adorei essa liberdade de gostar do via", afirma Paula Rego no flyer da exposição.

Foi um excelente remate de um sábado cheio de sol. A entrada é gratuita.

Porque hoje é sábado



Quarteto de Dave Brubeck com o super clássico e refrescante Take Five, desejo a todos um excelente fim de semana.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O seu a seu dono


"Mas o País ainda não homenageou o poeta admirável e o cantor de palavras claras que esteve sempre com as causas justas, as batalhas necessárias e as urgências que a História exigia. Melhor do que nós, fazem-no os galegos, para os quais José Afonso é um marco e um símbolo da dignidade e da probidade humanas.

Os textos de "intervenção" que escreveu pertencem à mais rigorosa selecta da lírica portuguesa.
Provêm, directamente, das fontes medievais e da tradição de combate e crítica da grande poesia. Zeca Afonso não facilitava a interpretação dos seus poemas. A diversidade de leituras que propõem sugeriu muitos estudos no estrangeiro e o respeito de duas ou três gerações que ele distinguiu com a lição de um desprendimento total.

Comparar a obra do poeta às "cançonetas" "dos" Deolinda, como por aí se tenta, é um ultraje e uma demonstrada ignorância. Mas estas comparações não são ingénuas. Fazem parte do arsenal de apoucamento do Zeca, que um sector da vida portuguesa deseja, há muito promover. É desnecessário. A força, a qualidade do imenso trabalho criador do autor de "Traz outro amigo também" não sofre paralelismo com outro qualquer. O que não passa de uma funçanata divertida e trôpega dificilmente poderá ser levada a sério e entendida como "intervenção social e ideológica." As comparações são propositadamente estabelecidas (inclusive por alguma Imprensa desprezível) para fomentar a confusão e enganar tolos. A estratégia não é nova. Ainda há quem não perdoe a Zeca Afonso a magnitude do seu talento e o cariz de uma arte que sempre recusou o panfleto sem desprezar a intenção de revolta."

Batista Bastos aqui

Loira


Eu descia o Chiado lentamente
Parando junto às montras dos livreiros
Quando passaste irônica e insolente,
Mal pousando no chão os pés ligeiros.

O céu nublado ameaçava chuva,
Saía gente fina de uma igreja;
Destacavam no traje de viúva
Teus cabelos de um louro de cerveja.

E a mim, um desgraçado a quem seduzem
Comparações estranhas, sem razão,
Lembrou-me este contraste o que produzem
Os galões sobre os panos de um caixão.

Eu buscava uma rima bem intensa
Para findar uns versos com amor;
Olhaste-me com cega indiferença
Através do lorgnon provocador.

Detinham-se a medir tua elegância
Os dandies com aprumo e galhardia;
Segui-te humildemente e a distância,
Não fosses suspeitar que te seguia.

E pensava de longe, triste e pobre,
Desciam pela rua umas varinas
Como podias conservar-te sobre
O salto exagerado das botinas.

E tu, sempre febril, sempre inquieta,
Havia pela rua uns charcos de água
Ergueste um pouco a saia sobre a anágua
De um tecido ligeiro e violeta.

Adorável! Na idéia de que agora
A branda anágua a levantasse o vento
Descobrindo uma curva sedutora,
Cada vez caminhava mais atento.

Mas súbito parei, sentindo bem
Ser loucura seguir-te com empenho,
A ti que és nobre e rica, que és alguém,
Eu que de nada valho e nada tenho.

Correu-me pelo corpo um calafrio,
E tive para o teu perfil ligeiro
Este olhar resignado do vadio
Que fita a exposição de um confeiteiro.

Vi perder-se na turba que passava
O teu cabelo de ouro que faz mal;
Não achei essa rima que buscava,
Mas compus este quadro natural.

Cesário Verde, in 'O Livro de Cesário Verde'
(25 Fevereiro 1855 - 25 Fevereiro 2011)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Drogados por Bin Laden


"Menores de idade drogados por Bin Laden"  diz ele enquanto ameaça com o petróleo.

E tem andado toda a Europa de braço dado com este louco, fazendo de conta que não era nada com ela, passando alegremente por cima de Lockerbie...

Lisbon Revisited

Não: não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com  conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me
             enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!)-
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da
               técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer
                  cousa?

Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a 
                   vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que haveremos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou só sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!

Ó céu azul - o mesmo da minha infância -
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo.
Pequena verdade onde o céu se reflecte!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me
              sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar
              sozinho!

Álvaro de Campos

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

São eles ou somos nós...



"São eles ou somos nós", ouvi dizer há pouco um manifestante  grego em greve geral, a um repórter da TV.

Tem razão. O incêndio no mediterrâneo está a alastrar-se.

foto e mais notícias aqui.

Zeca Afonso



Zeca, Zeca, Zeca!!!

Aveiro, 2 de Agosto 1929 - Setubal, 23 de Fevereiro 1987

Ganda noia


Cheira a fim de regime, diz ele, pesaroso por não haver acordo entre o PSD e o PS. Ora aqui temos outro incompreendido entre seus pares.Também gostava de proibir os governos de minoria. Muito gosta  esta gente de proibir. Já a outra também queria suspender a democracia. Pois, pois, governar com oposição à perna e a malta na rua é uma ganda maçada...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

C'est la vie


Quase tão certo como a morte,  é a coligação dos que pugam pelo quanto pior melhor, e os tipos que querem à viva força acabar com o resto. Espero que tenham uma valente congestão.

A hora árabe (2)



Diz que o louco assassino continua na Líbia. enquanto o povo está a ser atacado e massacrado pelas suas Forças Armadas, a Europa, os States, Russos e tutit quanti mantêm um enigmático e embaraçado silêncio. Ainda não ouvi nenhuma das eminências  habituais pedir a cabeça do louco.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A hora árabe


Chegou a hora dos povos árabes fazerem ouvir a sua voz. Um grito revolta pela liberdade, democracia, reformas sociais, trabalho. Uma multidão jovem, imparável. A seguir no el país. A revolução aqui tão perto.

Cantiga, partindo-se

Piero Della Francesca, The Queen of Sheba (detail)


Senhora, partem tam tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tan tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

Tam tristes, tam saudosos,
tan doentes da partida,
tam cansados, tam chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tam tristes os tristes,
tam fora d'esperar bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém

João Roiz de Castelo-Branco,
Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa de Eugénio de Andrade

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Da escassez de talhantes


Magnifico Ferreira Fernandes no DN:

"Ninguém ouviu o Merceeiro

Alexandre Soares dos Santos é um merceeiro notável. É o presidente da Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce (a maior em Portugal das cadeias de supermercados, que é o nome mais feio para as mercearias), e conhece tanto do seu negócio que para onde o leva, à Polónia, por exemplo, torna-o um sucesso. Já como especialista de Finanças Públicas, não sei. Mas suspeito que qualquer miúdo com a especialidade acabada de tirar na London School of Economics arranjaria mais depressa emprego na matéria. Ao contrário, insisto, do que se passa no delicado, difícil e tão concorrido métier de dirigir mercearias, onde Soares dos Santos é uma autoridade internacional, a ponto de vários países suspirarem para que ele lhes dê atenção. Ora bem, esse merceeiro emérito e menos reconhecido especialista de Finanças Públicas produziu esta semana duas afirmações. Uma, em que ele é amador: Portugal já estaria "em recessão." Outra, em que ele é autoridade: "Quero talhantes para as minhas lojas e não os encontro." É fácil adivinhar qual das duas produziu mais efeito, quer em títulos de jornais, quer em rodapés de telejornais. É fácil, porque estamos em Portugal, onde até é capaz de parecer ofensivo que um cronista trate Soares dos Santos de merceeiro, quando isto é dito com admiração e consideração. Tanta quanto dedico a alguém que sabe que procurar-se talhantes e não encontrá-los é um magno problema nacional."

Porque hoje é domigo




Charlie Parker ainda não tinha passado por este blogue. Imperdoável. Corrijo esta grave omissão com este magnifico  All the things you are.

Um excelente domingo para todos.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Primeira Plateia (28)



A 19 de Fevereiro de 1945  deu-se  inicio à batalha de Iwo Jima. O filme Cartas de Iwo Jima  é uma obra prima de  Clint Eastwood,  relata os dias da batalha visto pelos olhos japoneses. Um bom pretexto para o rever ao serão.

Porque hoje é sábado



Com este duo de luxo, Esperanza Spalding e Gretchen Parlato em "Inutil Paisagem", desejo a todos um excelente fim de semana.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O pote


"O PSD não está cheio de vontade de ir ao pote"

Cartas


"As grandes cartas só puderam ser elaboradas com a ajuda do poder. As dedicatórias inscritas nas suas cártulas confirmam-no: agradecem aos que patrocinaram os seus autores, exaltam os que os remuneraram. A cartografia foi um segredo de Estado, desde os Fenícios e os antigos Gregos até Bizâncio e aos tempos modernos. Até à missão de Chyrsoloras, as cartas de Ptolomeu encontravam-se sob fiscalização oficial do Império do Oriente: Pouco se sabia das cartas espanholas e portuguesas (e citamo-las de modo excessivamente breve neste ensaio). A política das grandes potencias marítimas exigia que assim fosse até que o basco Juan de la Cosa, companheiro de Cristóvão Colombo, executou a sua carta do Novo Mundo numa pele de burro. Também esta carta  foi durante muito tempo ocultada. Imagine-se a grande assembleia internacional de geógrafos que o príncipe português Henrique, cognominado o Navegador, reuniu em Sagres, perto do cabo de São Vicente, na última ponta da Europa, no limiar das grandes descobertas: compreendera que, sem cartas, não existe salvação para um país apanhado nos confins do continente entre um interior ingrato e um oceano impiedoso. Os cartógrafos salvaram os Lusitanos e bem assim os seus marinheiros. Portugal institui um serviço encarregado, entre outras coisas, de controlar as cartas: a Casa da Índia."

Excerto do Breviário Mediterrânico, de Predrag Matvejevitch

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Ah sim? quem diria....


"O destino dos govenos minoritários é serem derrubados" diz ele
Bem diz a Lili Caneças,  estar vivo é o contrário de estar morto.  

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Para memória futura

Miguel Ângelo, A Expulsão do Paraíso

“Acredito neste líder do PSD e apoiá-lo-ei sem restrições até ao fim"
“Há muita gente a viver do Orçamento do Estado
“No Norte não se passa rigorosamente nada, mas tem que se começar a passar alguma coisa”.

As entrevistas deste homem que tem horror aos "sulistas, elitistas e liberais", fazem sempre as minhas delícias.


Leituras

 Vincent Van Gogh, Starry night over the Rhône

Porque um homem não é apenas
a parte de um todo.
(Isso! Bravo!)
O enorme oceano Atlântico, sim,
é uma parte do pescador feliz
no seu pequeno bote. E este é apenas
um exemplo - e Jean M quando exemplifica
faz assim com as mãos. Assim.

Gonçalo M. Tavares, in Uma viagem à Índia,Canto IV, 31

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Pergunta loira


A menos que eu ande muito distraída, não vejo ninguém a arrepelar os cabelos nem a arrancar as vestes pela situação delicada em que se encontra o futebol português. Porque será? estes meandros silênciosos escapam-me....

Solilóquios (24)


Scheherazade, com musica de  Rimsky-Korsakov, em homenagem às belas orientais.

Cansada de esperar pelo comunicação ao país que Paulo Portas prometeu para o dia hoje sobre a magna questão do seu sentido de voto à moção de censura com que o brincalhão do Louçã resolveu animar os mercados, eis que finalmente vou conseguir dormir sem sobressaltos. O Paulo vai abster-se!. Faço zapping e dou com a flausina da Fátima no Prós e Contras a debitar as inanidades do costume. Desespero, mudo de canal.
Parece existir um tímido efeito de contágio aos vizinhos do Egipto  reacendendo-se a agitação e as manifestações da oposição no Irão. Saúdo todos os manifestantes contra  o regime medieval dos ayatollah  com um vigoroso InshAlla!!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

S. Valentim

Já que estamos condenados à novas comemorações dos Santos anglo-saxónicos, deixo esta sugestão aos namorados. Chocolates que aquecem alma e os sentidos. Uma delícia dos deuses.

Citações

Florença: Piazza della Signoria: David

"Fui para Florença - mas era demasiado perfeita. Tive de fugir de lá. Não se pode sobreviver num ambiente demasiado perfeito. É suicídio. Quando estamos rodeados por tanta beliza, ficamos paralizados. Nem tentamos nada"

Renzo Piano, arquitecto, entrevista à Revista Única. Veio a Lisboa apresentar o seu projecto para os Jardins de Braço de Prata.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Porque hoje é domigo



Numa homenagem ao "momento" Egípcio que varre o mundo, deixo esta proposta de Hugues de Courson. Não sou fã deste tipo de cruzamentos, mas este em particular parece-me conseguido.

Um bom domingo para todos.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Coisas de espantar



"Um homem de 68 anos a quem os moradores de Proença-a-Velha atribuíam a violação de vários animais foi morto a tiro pelo dono de um burro. Os casos eram conhecidos de todos e, no entanto, a situação arrastou-se. O homem tinha cumprido pena por violar uma idosa e regressou à aldeia."

Jornal Expresso - Vítimas de Justiça Lenta

Porque hoje é sábado


Ao som de Cassandra Wilson e desta belíssima Harvest Moon,  desejo a todos um excelente fim de semana.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Nove anos...nove!!!


Não levantou a pensão da Segurança Social.
Não pagou Impostos.
Uma vizinha preocupou-se, insistiu, insistiu junto das Autoridades. Ninguém se comoveu, ninguém mexeu uma palha.
A DGI penhorou a casa.
A casa foi vendida. A nova proprietária recebeu a casa e o recheio.
Um familiar deu uma entrevista à televisão de costas para a câmara.
Finalmente Augusta Duarte Martinho poderá ter o descanso que merece.
Que descanse em Paz.

E nós, dormimos em paz?

Sabedoria popular



Junta-te aos bons e serás um deles, junta-te aos maus e serás pior que eles.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Pirotecnia



Este ano começou mais cedo a época de incêndios.  Deve ser por isso que ainda não consegui ouvi nada de jeito por banda da Oposição sobre este veto presidencial.

Não que isso seja grave, tenho a certeza que o senhor Senhor Presidente da Republica, está muiiiiiiiito preocupado com os doentes mais carenciados, diz que se fartou de receber cartas e pareceres dos pobres enfermos...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Censurados....



O Secretário-geral do PCP assegura que não vai ficar cativo da direita quanto a uma eventual moção de censura ao Governo. Jerónimo de Sousa volta a admitir um cenário em que os comunistas avançam com uma moção e responde com críticas ao PS, partido que acusou o PCP de estar a ser a muleta da direita. O Comité Central do PCP vai reunir-se na próxima sexta-feira e sábado para analisar a situação política e social e as tarefas do partido.

Oh pra eles tão manganões, são uns queridos.

Os nossos compositores...



Hoje de  manhã na Antena 2, ouvi falar de  António de Lima Fragoso (1897-1918), a propósito do Festival António Fragoso que hoje decorre no Teatro  Municipal de São Luiz  em Lisboa. Compositor tragicamente desaparecido aos 21 anos, António Fragoso teve ensejo de evidenciar um excepcional talento, reconhecido desde cedo como uma das mais legítimas esperanças de afirmação de uma genuína personalidade no domínio da criação musical.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Brandos costumes...


Violência doméstica matou 43 mulheres em 2010

"Elas gostam de levar pancada". "Quanto mais me bates mais gosto de ti".  O silêncio cobarde e cumplice perante a tragédia destes assassinatos,  mete nojo. Fazemos de conta que não vemos. Este é um país de merdosos.

Leituras



A vida, é certo, não será um sítio excepcional para as paixões.
Nos países humanos, o amor mistura-se muito
com palavras equívocas.
O fogo que existe numa lareira, por exemplo,
é um fogo servil, cultural, educado.
Uma coisa vermelha, mas mansa,
que nos obedece.
Só é natureza, o fogo na lareira,
quando, vingando-se, provoca um incêndio.
E o amor assim funciona. Mas é preferível o contrário.

Gonçalo M. Tavares, in Uma viagem à Índia,Canto III, 138

Imagem retirada daqui

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Porque hoje é domingo




"O Advogado Ricardo Sá Fernandes é arguido em cinco-processos-cinco por ter denunciado uma tentativa de corrupção efectuada por um empresário de Braga. A Justiça nunca negou a existência dessa tentativa de corrupção. Se decidiu absolver o réu depois de o ter condenado em primeira instância foi porque o vereador de Lisboa que ele terá querido corromper não tinha as competências necessárias para fazer o que lhe era pedido a troco de 200 mil  euros.
O mais recente processo a Sá Fernandes resulta do seguinte: o advogado gravou, sem autorização, uma primeira conversa com o suposto corruptor; mostrou-a ao Ministério Público; depois de a ouvir, o dito Ministério Público autorizou-o a fazer uma segunda gravação; servido-se desta, o mesmo Ministério Público levou o empresário ao tribunal e pediu a sua condenação. Agora procede contra o advogado que fez a denúncia por ter sido ilegal a gravação que deu origem a tudo isto. Parece anedota."
 ...
Fernando Madrinha, Expresso

Parece anedota mas não é. É trágico.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A Hora da Alma


Sofia Gubaidulina, de 80 anos,  está pela primeira vez em  Lisboa para um ciclo que lhe é dedicado no CCB, intitulado "A Hora da Alma".
....

"O fim da via académica ficou marcado pela sentença, proferida em 1959 pela maioria do júri do seu exame final de composição, de que ela estaria a seguir o caminho errado. Dimitri Shostakovich, na altura presidente do júri, que dez anos antes vira a sua obra banida e silênciada pelo regime soviético, encorajou-a: "desejo que continue o seu caminho errado".
Mas quatro anos depois chegaria a "sua" hora, não a da alma, mas a hora do VI Congresso de Compositores Soviéticos proibir, por decreto de Krenikov, a interpretação e publicação dos seus trabalhos, e os de outros seis compositores."
Excerto retirado da revista Atual/Expresso

Esta noite lá estarei  no CCB para  o "Cântico do Sol".

Porque hoje é sábado



Bom fim de semana para todos.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Solilóquios (23)

Parece-me que  as coisas não estão a correr nada bem.

A revolução árabe e o declínio do Ocidente

  ....
The second process is the acceleration of the decline of the West. For some 60 years the West gave the world imperfect but stable order. It built a kind of post-imperial empire that promised relative quiet and maximum peace. The rise of China, India, Brazil and Russia, like the economic crisis in the United States, has made it clear that the empire is beginning to fade.
 ....
But the overall outcome will be the collapse of North Atlantic political hegemony not in decades, but in years. When the United States and Europe bury Mubarak now, they are also burying the powers they once were. In Cairo's Tahrir Square, the age of Western hegemony is fading away. 

Ler aqui o artigo completo de Ari Shavit

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Maria Schneider



Morreu hoje em Paris, aos 58 anos a actriz francesa Maria Schneider vitima de cancro.
A interpretação em  "Ultimo Tango em Paris" de Bernardo Bertolucci, ao lado de Marlon Brando, quando tinha 19 anos, colou-se-lhe à pele.

Money...


Estes mercados são muito assustadiços, caem por dá cá aquela palha. O que havia de lembrar aos Egipcios,  fazerem revoluções e não lhes perdirem autorização..., ai ai, dantes é que era bom!

Sistema... solar



Está escrito nas estrelas que, quem não sabe ganhar, também não sabe perder.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Passarada


Pássaros, passarinhos, passarões, aves de rapina e cucos...

"Ainda hoje passou o filme "Os Pássaros"... o Mundo está cheio deles"

O beijo

Camile Claudel


Um beijo em lábios é que se demora
e tremem no abrir-se a dentes línguas
tão penetrantes quanto línguas podem.
Mais beijo é mais. É boca aberta hiante
para de encher-se ao que se mova nela.
É dentes se apertando delicados.
É língua que na boca se agitando
irá de um corpo inteiro descobrir o gosto
e sobretudo o que se oculta em sombras
e nos recantos em cabelos vive.
É beijo tudo o que de lábios seja
quanto de lábios se deseja.
Jorge de Sena – 19/5/1971. In Antologia Poética, 1999. Porto: ASA.